Na capela da serra
Há paredes de mel
A palavra é tão doce
Mas não como papel
Se de versos vivesse
Estaria no céu
Só que nessa capela
Há paredes de mel
Meu escudo é universo
Minha espada é pincel
E as paredes do templo
São uma lua de mel
Essa fé me consome
Com'um eterno aranzel
Quero o doce discurso
Da capela de mel
Abriria caminhos
Com meu ágil corcel
Mas eu subo essa serra
Da igreja de mel
São milhares aqueles
"Segos" de Israel
Que se vendem ao doce
Da capela de mel
És hostil como a óstia
Me afundou o batel
Com que tentei fugir
Da capela de mel
Há no mundo mais doce
Doce de cascavel
Que da suave capela
Do veneno de mel?
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
O tesouro do olhar
Há uma pequena irlandesa
Se debruça em pote d'ouro
Evita fitar o tesouro
Mas o abraço faz-se fortaleza.
Sua voz é tão sutil
O olhar esboça um drama,
Cativa o jeito dama
Numa alma pueril.
Não me foge arguição
Como agarra tal riqueza
Espera só uma surpresa
Mas não exprime reação.
Morte ao campo dá ares,
Tange sua tez pálida,
Faz-se uma orquestra cálida
E a treva vem aos pares.
Enquanto medo lhe cega,
Seu tatear lhe reprime
Mas o tesouro sublime
Em seus braços navega.
Seu olhar vai tão distante,
Que roubado foi o enlevo
Se da treva fez-se um trevo
Saberá em outro instante.
Se de instante vive fantasia,
Faça-se eterno cada minuto
Em que o abraço absoluto
Se converte em poesia.
Se debruça em pote d'ouro
Evita fitar o tesouro
Mas o abraço faz-se fortaleza.
Sua voz é tão sutil
O olhar esboça um drama,
Cativa o jeito dama
Numa alma pueril.
Não me foge arguição
Como agarra tal riqueza
Espera só uma surpresa
Mas não exprime reação.
Morte ao campo dá ares,
Tange sua tez pálida,
Faz-se uma orquestra cálida
E a treva vem aos pares.
Enquanto medo lhe cega,
Seu tatear lhe reprime
Mas o tesouro sublime
Em seus braços navega.
Seu olhar vai tão distante,
Que roubado foi o enlevo
Se da treva fez-se um trevo
Saberá em outro instante.
Se de instante vive fantasia,
Faça-se eterno cada minuto
Em que o abraço absoluto
Se converte em poesia.
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