sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A capela de mel

Na capela da serra
Há paredes de mel
A palavra é tão doce
Mas não como papel

Se de versos vivesse
Estaria no céu
Só que nessa capela
Há paredes de mel

Meu escudo é universo
Minha espada é pincel
E as paredes do templo
São uma lua de mel

Essa fé me consome
Com'um eterno aranzel
Quero o doce discurso
Da capela de mel

Abriria caminhos
Com meu ágil corcel
Mas eu subo essa serra
Da igreja de mel

São milhares aqueles
"Segos" de Israel
Que se vendem ao doce
Da capela de mel

És hostil como a óstia
Me afundou o batel
Com que tentei fugir
Da capela de mel

Há no mundo mais doce
Doce de cascavel
Que da suave capela
Do veneno de mel?

Um comentário:

  1. Rapaz... Brutal! O mel, estrofe por estrofe, vai ganhando conotações diferentes, o que torna o poema bastante instigante, até o inesperado e surpreendente 'grand finale'.

    Fabuloso. Como tudo o q se espera qndo vem de vc. =D

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